domingo, 5 de setembro de 2010

A FRAGMENTAÇÃO NO ENSINO DE BIOLOGIA





“Numerosos estudos têm mostrado que os próprios professores não compreendem a natureza da ciência”. A informação é do professor José Mariano Amabis, do Instituto de Biociências da USP (Universidade de São Paulo) quando participou do VIII EPEB (Encontro Perspectivas do Ensino de Biologia). Amabis iniciou sua participação dizendo que o conhecimento tem sido passado para a sociedade numa velocidade bastante alta. “Não tivemos tempo de formar certos padrões éticos e certos conceitos em termos sociais para lidar com isso”, revelou. Para ele, a grande questão é se os professores estão conseguindo fazer esse processo social na escola. Para abordar o assunto, ele utilizou várias gravuras a fim de ilustrar sua fala.
Salientando que os problemas no ensino de Biologia são universais, Amabis disse que não há mais sentido uma educação fundada na transmissão de fatos. “Isso porque a pesquisa científica está soltando cada vez mais informações”, explicou. Além desse problema, mostrou a imagem de uma cidade com vários balões flutuando sobre ela para ilustrar a fragmentação do conhecimento biológico e seu distanciamento da vida cotidiana. Cada balão representava uma área da Biologia, geralmente estudada em sala de aula numa unidade de genética, por exemplo. Os balões estavam soltos no ar e a Biologia real, como enfatizou o professor, acontecendo na cidade. “Esperamos que o aluno faça essa ligação (entre o conhecimento estudado na escola e a vida cotidiana), mas isso não é possível se tivermos essa visão”, referiu-se à ilustração.
E você, o que pensa sobre um ensino tradicional, em que o aluno é apenas um fiel receptáculo dos saberes do professor?

13 comentários:

  1. Há realmente alunos que conseguem associar o que lhes é passado em sala de aula com o seu cotidiano, mas não é porque o professor lhe mostra o caminho e sim porque tem o interesse e a curiosidade de saber até que ponto tudo o que lhe é ensinado é posto em prática no seu dia a dia.
    Não digo que todos os professores são mecânicos e não nos façam pensar para que serve tudo aquilo que nos é ensinado, mas que há uma boa parte que apenas segue um plano de aula e nada mais.
    Hoje, as pessoas não tem opnião, não questionam e tambem não criam nada, pois desde de cedo lhes são ensinadas a ouvir, aprender e aceitar.
    Se continuar assim, só Deus sabe como é que esse mundo vai ficar.

    Jennifer Salgado da Fonseca - Biotecnologia

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  2. A inflexibilidade do ensino tradicional dificulta e muito os estudantes. Podemos ver esta questão nos livros didáticos que os obrigam em todo o Brasil, receberem informações comparativas e ilustradas com fatos totalmente diferentes da sua realidade, já que os livros são feitos no suldeste e distribuidos para todo o Brasil. Realmente é de se pensar por que até hoje estamos ensinando aos estudantes do ensino médio LEIS imutáveis haja vista que a Biologia não é exata e o que temos de informação, nos leva a crer em um fato que pode ser derrubado logo mais a frente. O ideal era que cada região tivesse um livro com a visão voltada para a sua realidade. Que haja discussões dentro das salas para que se derrube da mente dos estudantes a inflexibilidade dos conceitos vigentes. Devemos mostrar que até então aquilo é o aceito, mas que se possivel for, pode ser mudado. Que o que ele aprende é passivel de ser entendido se olhar a sua volta e que nada do que ele aprende é tão distante da sua realidade. Não há como fugir de um livro, mas há como fugir de focos deturpados para transmitir o ensino. Esforçamos ao máximo para mudar esta realidade tradicional, mas devemos tomar seus aspectos bons e construir as mudanças levando sempre estes conosco.
    Além disso, o ensino tradicional reflete a realidade de que os estudantes são alienados, que não são questionadores, não são curiosos e tão pouco se preocupam em aprender e sim em passar. Talvez mudando a forma de transmissão deste conhecimento desde o inicio da vida escolar isso possa mudar. Claro que não podemos pensar em 100%, mas boa parte podemos alcançar com o nosso esforço!

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  3. O aluno não deve ser um mero receptáculo, um depósito de informações. O ensino tradicionalista, conteudista é o principal responsável pela falta de interesse dos alunos pelas ciências como um todo. Existem conteúdos sim que não tem como escapa completamente do ensino tradicional, porém a maioria dos conteúdos, principalmente de biologia, podem ser feitos com o auxilio da aula prática, principalmente na região em que vivemos que é a Amazônia. Falta a maioria dos professores o preparo para um ensino diferenciado das ciências.
    Elaine Amorim

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  4. Várias foram as linhas de tendências pelas quais o mundo e em particular, nosso país experimentou em seu contexto social, político, econômico, religioso, etc. A educação está inserida no contexto social.
    Desde a Pedagogia Liberal, a Conservadora,Escolanovista, humanista e outras, para que de fato, o ensino tradicional deixe de ser o foco nas aulas de Ciências. Eu creio que a tendência socialista de Paulo Freire, é ainda a que melhor engaja o papel do professor e do aluno, no ensinar e aprender e recíproco, para superação do estilo tradicional que empobrece a educação e o desenvolvimento contetualizado, dialético, dialógicos da nossa realidade social. Sou particularmente, a favor da abordagem construtiva da educação. assim acredito que possamos deixar de ser mera força de trabalho de uma pequena e enriquecida classe de burgueses.

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  5. Acredito que infelizmente o que tem acontecido é exatamente o que Amabis expõe. O aluno tem sido um mero expectador de informações, sem fazer links desses conhecimentos com a realidade. Cabe ao professor orientar o aluno a abrir a visão em relação ao manejo que ele pode fazer em relação ao que tem aprendido em sala de aula e assim compreender de fato os acontecimentos naturais do ponto de vista biológico.

    Edika Sabrina

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  6. A verdade é que os alunos estão cada vez mais sendo treinados para agir de forma esperada e macanica. O que os torna acomodados na busca de conhecimentos que só irá recompensa-los.
    São poucos aqueles alunos que ultrapassam a linha de ensino e se deicham guiar pelas suas curiosidades no ramo. O que torna de fato necessário uma busca para recontruir valores em benefício da Biologia como toda.

    Natália Santos Ferreira
    biotecnologia

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  7. A realidade vivida infelizmente ainda é essa: uma tradição que prende o aluno a conhecimentos avulsos, que voam como os balões da ilustração do Amabis sem ter um destino certo, enquanto que o que é realmente útil acontece embaixo dos balões! Pois bem, torna-se tão importante enfatizar que, graças a Deus, alguns professores se preocupam com essa parte didática e se propõem a dispor o conteúdo atrelado com a realidade do aluno, o que faz dos 50 minutos de aula algo mais interessante e envolvente. Um profissional precisa gostar do que faz e, certamente, esses 50 minutos (ou, com certeza, mais que isso!) são meramente responsáveis por qualquer tipo de afinidade, seja ela positiva ou negativa! Portanto, ser um simples receptor dos conhecimentos do professor é, sem sombra de dúvidas, algo "indigesto"! Bom é se sentir contagiado, envolvido... Bom é sentir que aquilo faz parte do cotidiano, e consequentemente,de um aprendizado mais atraente...

    Igor Lobo
    Biotecnologia

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  8. Há alunos que simplesmente associam o que lhes é passado na sala de aula a seu cotidiano, sem a necessidade de maiores ligações e experimentos, porém existem os que não o fazem. Neste aspecto, o papel do professor é fundamental. Todos aqueles que passaram pela escola, faculdade ou algum cursinho sabe que o professor tem o poder de fazer o aluno se apaixonar, ou detestar tal disciplina. Logo, os padrões éticos citados por Amabis está diretamente relacionado a forma com que o conhecimento é transmitido. O entusiasmo, o amor pelo que faz e vontade de passar um verdadeiro conhecimento aplicado a vida são os atributos que todos os professores deveriam possuir, para que possamos unir os balões em nosso dia-a-dia!

    Viviane Nogueira - Biotecnologia

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  9. O objetivo inicial de ter um professor, antigamente chamado de mestre por ter um maior conhecimento sobre o assunto a se estudar, era que ele pudesse auxiliar o aprendizado de quem estava na sala de aula. Mas nos tempos de hoje a maioria dos alunos se predem apenas no que o prefessor fala ou explica, os ideal a se fazer é correr atrás de novas imformações sobre aquele assunto. O que importa mesmo é a vontade de aprender, se o aluno não tiver, ele pode até aprender alguma coisa, mas não irá aprender tanto quanto aquele que tem "fome de conhecimento".

    Vitor Costa - Biotecnologia

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  10. Eu penso que estamos destruindo vidas... destruindo sonhos ou pior nem dando a chance pra que eles existam. Estamos (e quando falo estamos me refiro aos educadores e de TODOS que fazem parte desse massacre)contribuindo para que a sociedade continue alienada, cega ás verdades da vida. É um tanto desolador saber que a própria ciência , que surgiu como a luz à mente humana na caverna de Platão, se transformou-se em um instrumento mercadológico do sistema, quando a pesquisa científica se torna interesse de poucos em detrimento da escravidão de muitos... Estamos permitindo que o ser humano continue acorrentado na caverna, que não saia pra ver a luz do sol, que sinta o frescor do ar e ouça o cantar dos pássaros. E agora eu é que pergunto: O QUE VAMOS FAZER? Qual será a atidude que nós futuros educadores tomaremos quando estivermos perante a 30 ou 40 seres sedentos de atenção e saber, ignorantes das capacidades extraordinárias que podem adquirir com a educação que lhe é proibida... De saber que o mundo é maravilhoso cheio de mistérios, que o mundo não está pronto que as verdades estão sempre em processo de transformação, assim como eles mesmos... e todos nós... O QUE FAZER?

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  11. Como a Andressa falou... é uma pena que futuros educadores, pesquisadores, vivam presos a um conhecimento mecânico, no qual eles enchergam a escola só como uma obrigação. Não sabendo eles da vida que existe por trás do ensino, da ciência!
    Amanda Amorim.

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  12. Muito bem!!! Até o pessoa de Biotecnologia participou! Obrigada! Bjk

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  13. O ensino tradicional está desvinculado da realidade do aluno, é conteudista, os alunos menos favorecidos tem de se esforçar para aprender os conteúdos, e além disso superar os empecilhos que se interpõe entre ele e o seu aprendizado, sem contar que o aluno somente recebe o conteúdo de forma passiva, esse é o ensino tradicional. Esse tipo de tendência não cabe mais no século XXI, pois já é obsoleto e o professor não é o único detentor de conhecimentos, pois com o advento da internet, informações diferentes e confiáveis surgem sempre ao ponto de o professor acabar sendo ensinado ao invés de ensinar e a realidade social importa sim e a escola pode tentar mudar a realidade social de seus alunos, pois ela está inserida na sociedade.

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