sexta-feira, 1 de abril de 2011

Prova para avaliar professores. Você é a favor ou contra?


O diretor para educação da OCDE diz que melhoria do ensino exige preparar e recompensar os bons docentes. E tirar da sala de aula os maus profissionais
Nathalia Goulart  Schleicher: avaliação periódica dos docentes é útil aos próprios professores (Pauilo Giandalia)
"Nos sistemas mais avançados de ensino do mundo, a carreira é preenchida por profissionais de alto nível. Isso, e não os altos salários, é o que torna a profissão atraente"
Às voltas com o mau desempenho de estudantes brasileiros, do ensino fundamental ao superior, o Ministério da Educação promete criar em breve um exame nacional para avaliar candidatos a professores. É o reconhecimento daquilo que diversos estudos empíricos vêm demonstrando: fazer a educação funcionar passa pelo aprimoramento dos docentes. O desafio não é exclusivo do Brasil. O jornal americano Los Angeles Times comprou uma briga com docentes locais, que pediram boicote à publicação, ao exibir um ranking em que o (mau) desempenho dos estudantes era atrelado ao de seus mestres. Situações como essas chamaram a atenção da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), entidade formada por nações desenvolvidas, que acaba de realizar em Nova York o Primeiro Encontro Internacional sobre Professores, reunindo educadores, governos e ONGs. Para o físico alemão Andreas Schleicher, diretor para educação da OCDE e um dos coordenadores do encontro, governos de todo o mundo têm uma tarefa a cumprir: ensinar melhor seus professores, mantê-los motivados, premiar os bons profissionais - e reprovar os mal avaliados. "A meritocracia é um princípio muito importante. Manter a eficiência de um corpo docente implica não apenas dar aos professores oportunidade, apoio e incentivo para que continuem a fazer bem seu trabalho, mas também tirar da sala de aula aqueles que não são eficazes", diz. Na entrevista a seguir, Schleicher explica o atual desafio da carreira docente e conta como nações como Japão, Finlândia e Singapura vêm conseguindo bons resultados na área. "Nos sistemas mais avançados de ensino do mundo, a carreira é preenchida por professores de alto nível. Isso, e não os altos salários, é o que torna a profissão atraente."
Por que realizar um evento para repensar exclusivamente o papel dos professores? Mais do que nunca, o progresso social depende da qualidade dos sistemas de educação. Porém, a qualidade do sistema de educação jamais excede a qualidade de seus professores - que depende de seleção, formação continuada, plano de carreira e avaliações constantes.
De acordo com especialistas, aprimorar a formação do professor é um dos grandes desafios brasileiros na área da educação – e também uma questão fundamental para o desenvolvimento do país. Outra nações enfrentam o mesmo problema. É possível dizer que essa é uma questão universal no século XXI? Sim, absolutamente. E a razão é simples: em qualquer país, sempre existiram bons professores. A diferença é que no passado apenas uma parte da população precisava ser educada para liderar o desenvolvimento do país. Mas o custo social e econômico dessa filosofia tornou-se alto demais. Atualmente, os sistemas de educação precisam qualificar todos os seus professores, e não só alguns, se quiserem que todos os seus cidadãos tenham um ensino de qualidade. Além disso, no passado era possível supor que o que se aprendia na escola valeria para a vida inteira. Agora, temos o Google e a digitalização das habilidades cognitivas, com mudanças rápidas no mercado de trabalho: os sistemas de educação precisam proporcionar formas complexas de pensar e trabalhar para que as pessoas não sejam substituídas facilmente pelo computador.
Essa tarefa exige professores de qualidade. Como atrair os maiores talentos? Nos sistemas mais avançados de ensino do mundo, a carreira é preenchida por profissionais de alto nível. Isso, e não os altos salários, é o que torna a profissão atraente em países tão diferentes como Finlândia, Japão ou Singapura. Os candidatos a uma vaga de professor não se sentem atraídos por escolas organizadas como linhas de montagem. Eles desejam se deparar com uma organização de alta performance, com status, autonomia profissional e educação de alta qualidade atrelada ao profissionalismo, com sistemas eficazes de avaliação profissional e com carreiras diferenciadas. Portanto, essas são as questões que os países precisam resolver.
Quais os desafios dos governos? O primeiro é atrair candidatos qualificados e depois oferecer-lhes formação de boa qualidade. É difícil atrair bons candidatos se eles percebem que as instituições de ensino superior que formam professores não têm status na sociedade. Não é de espantar o fato de que os países que conseguiram elevar o nível de seu corpo docente são os mesmos que tornaram mais rígidos os critérios de admissão em seus programas de formação de professores. Igualmente importante é definir o que é um bom professor. Em muitos países, padrões assim guiam a formação inicial dos profissionais, a certificação, as avaliações de desempenho, o desenvolvimento profissional e o avanço na carreira. Em muitos sistemas de alta performance, a educação do professor não consiste apenas em fornecer o treinamento básico em temas relevantes e pedagogia, mas também desenvolver competências para a prática reflexiva.
O Brasil aplicará pela primeira vez uma avaliação nacional para seleção de professores da rede pública. É uma medida positiva? A avaliação do professor pode contribuir para a melhoria das práticas docentes, identificando pontos fortes e fracos. Também ajuda a atribuir aos professores a correta responsabilidade pelo nível do aprendizado de seus alunos. É um tipo de prestação de contas. Em geral, os professores veem avaliação e feedback de forma positiva. Em uma pesquisa realizada pela OCDE, 80% dos professores disseram que a avaliação é útil para o desenvolvimento profissional, e quase metade relatou que os resultados os levaram a aprimorar o conhecimento.
Há algumas iniciativas no Brasil de promover o professor por seu mérito. Porém, essa ainda é uma questão controversa entre os profissionais. A meritocracia é um princípio muito importante. Manter a eficiência de um corpo docente implica não apenas dar aos professores oportunidade, apoio e incentivo para que continuem a fazer bem seu trabalho, mas também tirar da sala de aula aqueles que não são eficazes.
A questão salarial é muitas vezes apontada como obstáculo ao avanço da qualidade. Como o senhor enxerga essa questão? Em alguns países, como Japão e Singapura, o governo acompanha de perto as variações de mercado para se certificar de que os salários dos professores são competitivos. Mas, na maioria dos países, os vencimentos são inferiores aos de outros profissionais graduados. No entanto, há muitos países onde o ensino ainda é atraente porque oferece aos professores um ambiente de trabalho fascinante e o salário se torna apenas o pano de fundo da questão. Igualmente, é importante oferecer um plano de carreira aos docentes. Se você disser a um jovem professor de matemática de 25 anos de uma escola primária que, daqui a 25 anos, ele continuará sendo a mesma coisa, ele não verá perspectivas em seu futuro. Os países bem sucedidos em educação promovem um ambiente que oferece novos horizontes ao professor, com crescimento profissional.
Que habilidades os professores devem ter para enfrentar os novos desafios da educação? Eles precisam equipar os alunos com as competências necessárias à formação de cidadãos ativos. Precisam personalizar as experiências de aprendizado para assegurar que todo estudante tenha a chance de ter sucesso e lidar com a crescente diversidade da sala de aula e as diferenças no estilo de aprendizado. Eles também precisam lidar com as inovações no currículo, na pedagogia e no desenvolvimento das ferramentas digitais.
A tecnologia é um desafio aos professores? Bons professores usarão bem as tecnologias – e, ao falar de tecnologia, me refiro tanto a recursos digitais quanto ao repertório adequado de estratégias pedagógicas.

16 comentários:

  1. Olá! Professora Ana Paua

    Pensando na melhoria do ensino e no desenvolvimento do nosso país, eu sou a favor da prova para avaliar os professores, visando recompensar os bons docentes e reprovando os mal avaliados, concordo com a colocação do diretor da OCED Schleider " Os governos têm uma tarefa a cumprir: melhorar seus professores e mantê-los motivados."
    Pois o objetivo da meritocracia é manter o eficiente docente e tirar da sala de aula aqueles que não são eficazes, para isto o governo precisa qualificar a todos e não apenas alguns professores.
    A avaliação para os professores da rede pública é positiva, segundo o diretor, contribui para melhorar as práticas do professor e atribui responsabilidades quanto ao nível de aprendizado significativo para o educando.
    Na escola particular por exemplo a responsabilidade do professor está de acordo com as propostas da instituição, se ele não cumprir suas obrigações ele é demitido, ja na escola pública essa demissão não acontece.
    A prova para avaliar professores além de melhorar o ensino tambem prepara e recompensa o bom docente.

    Ana Moreira 3º Ped

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  2. É importante que todos os docentes passem por uma avaliação, tanto para descobrir seu potencial, quanto para a sua melhora em sala de aula. Pois tanto os alunos quanto os próprios docentes sabem o que deve ser mudado ou não na sua didática. Por isso que o objetivo desta avaliação não é pressionar os professores, mas apoiá-los. A avaliação dos professores também não pode ter como objetivo a exoneração deles, a pressão sobre eles. É para fazer os apoios necessários, para que eles gerem melhor desempenho para os alunos.

    Anne Carolina N. Furtado
    3 Pedagogia

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  3. Assim como ocorre com os discentes, concordo com a avaliação periódica dos docentes, porém esta deve ser feita de forma generalizada. Para se detectar desempenho e falhas dos professores em salas de aula, estes sem dúvida alguma devem passar pelo processo de avaliação, não somente pelo sistema político educacional ou pelos níveis hierárquicos das instituições de ensino, mas também pelo corpo discente que estão em contato direto com os mesmos. Em outras entidades ou órgãos empreendedores a sua direção obtém o sucesso de seus investimentos preocupados com o desempenho eficaz dos seus colaboradores, contratando lideres competentes que levem suas atividades a sério, os quais exercem suas funções na execução de tarefas de supervisão aos funcionários. Essa tarefa não é mais do que uma avaliação por meio da observação, da entrevista e da investigação, verificando assim se o andamento das atividades diversas da empresa está sendo realizado com responsabilidade e compromisso pelos funcionários, para assim detectarem falhas em suas administrações e consequentemente tomarem decisões de deslocamentos, capacitações e até mesmo demissões. Estas mesmas empresas investem ainda constantemente em cursos de aperfeiçoamento, qualificação entre outros para a qualificação de seus funcionários e lideres para que possam estar atualizados com as atuais mudanças no mundo corporativo seja no novo modelo como nas técnicas de trabalho. Tendo como modelos essas ações de sucesso no mundo corporativo, o segmento educacional, tanto público como particular, deveriam copiá-los, principalmente porque é através desse segmento que sairão cidadãos que ocuparão no futuro as vagas nos diversos segmentos do mercado de trabalho. Antes de avaliá-los, o sistema educacional deve investir em capacitação profissional para os docentes estarem em constante processo de formação continuada para a melhoria de seus ensinos. Também, quando compromissado, o próprio docente deve investir do próprio bolso em capacitação, para a atuação de sua função. Feito isso, pode-se utilizar com sucesso os mecanismos avaliativos como entrevistas, observações, documentos avaliativos, não se esquecendo de incluir o alvo principal desse processo de avaliação, que é o aluno.

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  4. Bom dia fessora!

    Então vamos lá concordando e discordando!
    É interessante essa questão, preparar e recompensar o professor, seria um incentivo muito significativo para ele(nós). Agora! Em se tratando de Brasil, dizer que o alto nível dos profissionais é que torna a profissão atraente? Discordo inteiramente. Aqui infelizmente não é e não da para ser assim, se um catador de lixo(sem menosprezar a profissão tá?) ganhasse, digamos; R$5000,00 ia ter muito engenheiro, médico, professor... etc que ia querer uma vaga, pelo menos conheço alguns que não pensariam 2 vezes. É o salário que atrai “profissionais” para determinadas áreas. É por isso que temos tantos “profissionais” de quinta, por que estão lá pelo dinheiro e não pelo prazer ou vocação da profissão.
    Voltando ao professor, acho que uma avaliação profissional seria uma forma muito boa de os atuais profissionais saberem o que e onde devem melhorar, para sermos profissionais melhores. A educação parte de nós, se formos melhores, nossos alunos serão melhores e quem sabe nesse efeito dominó um dia as coisas melhorem neste mundo!
    Porém essa avaliação deve servir para apontar falhas e consertar o que esta errado e não para punir os professores, digamos: fora dos “padrões desejados”...

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  5. Primeiramente quero da ênfase para esta frase que a professora Ana Paula sempre diz: um médico mata uma pessoa e o professor mata 40 só de uma vez. Portanto, concordo plenamente com decisão de nossos governantes, a educação é um assunto muito sério, afinal de contas o professor estará formando pessoas que serão o futuro deste país. A Ana fez uma colocação importante quando diz que: nas escolas privadas o professor tem que realmente esta preparado para exercer sua profissão se não estiver estará fora do mercado trabalho. Então neste contexto a avaliação para professores da rede pública será um elemento positivo para evolução da educação brasileira.

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Sou a favor de um processo avaliativo que possa verificar e ajudar a melhorar a qualidade do ensino do país. sou contra a uma prova conteudista que medi apenas uma parte da inteligencia dos professores, esqucendo que eles tem outras habilidades que devem se levado em conta. Se fosse aplicada uma avaliação para verificar a qualidade do ensino apresentadado em sala de aula, como esse professor transmite e ajuda o aluno a ter sede de conhecimento, assim eu sou plenamente a favor.
    Com esse tipo de avalição os professores seriam mais criteriosos e buscariam a ter mais habilidade em sala de aula, pois saberiam que a forma de apresentação de suas aulas é um foco de avaliação e que colocar em risco a sua profissão.
    Mas para chegarmos a querer tal coisa é necessário temos uma melhor qualificação dos professores e também que as secretárias de educação parem de tampar buracos com professores que não tem habilitação para exercer tal disciplina, mas sim cada professor seja docente da sua aréa de habilitação, somente assim poderá de fato cobrar uma avaliação para os professores....

    Huerbert Santos (Filosofia)

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  8. Andrea Gomes
    A avaliação de professores e um forte instrumento de trabalho não por fazer a diferença entre competências,eficiência ou exoneração dos profissionais docente, poís e feita para o que o professor tenha a conciência de que sua formacão continuada pode fazer a diferença em sala de aula, e interferir na sua preparação como profissional competente que com força de vontade pode se posicionar entre os melhores.

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  9. Sou a favor do processo de avaliar os conhecimento do professor na teoria.A questão esta no seu conhecimento e em sua formação,pois esta informação vai fazer a diferença no processo de aprendizagem.Se este professor gostar e querer fazer a diferença no processo de ensino, ele vai se aprofundar mais em sua teoria e pratica e não vai se preocupar com seu bolso.

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  10. OI! PROFESSORA
    Acredito que é necessário que se tenha sim uma forma de avaliar os professores, sendo que isto não se torne um constrangimento para estes profissionais, sabemos que muitos tentam buscar e aprimorar seus conhecimentos e que isto, não é nada fácil, entendo que este recurso de fazer a avaliação serve para que o professor faça uma reflexão sobre si mesmo e perceba o quanto ele é importante e a sua presença perante seus alunos e de constante aprendizado. O professor acima de tudo também é humano e erra, mais através destes erros e preciso que ele busque a sabedoria e saiba com humildade reconhecer e tentar acertar, fazendo com que o professor ganhe mais respeito e valorização profissional.


    Flavia Oliveira de Souza, 3º Pedagogia A

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  11. Boa noite a todos.

    Posso dizer que a avaliação é necessária para a aprimoração do docente e, com isso, analisar como esse educador está aproveitando os conhecimentos e se, na prática, estamos aplicando os metódos de maneira correta e clara. Para sermos educadores de sujeitos críticos e conscientes da realidade em que vivem.

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  12. Boa Tarde Prof.!!!

    O professor já passou por tantos processos de avaliação teórica que seria uma contradição avaliá-los em atuação para constatar o nível de sua técnica em sala de aula. A solução para os problemas do rendimento escolar do aluno não está concentrado em um só réu. A dimensão desse problema está dentro de uma complexidade de fatores desde as questões políticas, sociais, culturais, histórica e financeira. O momento não é de avaliar o agente, este coitado, que dar o seu sangue para fazer um ensinar significativo diante de diversas escassez que já encontra. É preciso urgente de união, revisão, discussões, especializações entre outros para solucionar o problema.

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  13. Resposta da auluan BARBARA CARVALHO:

    Há uma grande importância na avaliação de professores, para medir seu conhecimento ou de esclarecer dúvidas para melhor compreensão.

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  14. boa tarde !

    acredito inteiramente na avaliaçao como uma forma eficaz de integração de conhecimentos e em muitas classes existe e se faz efiente,e em então por que não na nossa ? essa tambem é uma forma de seletividade de pessos com conhecimentos e preparadas para o mercado é o que precisamos, pessoas bem preparadas para o mercado de trabalho .

    luciane paes.

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  15. Resposta da aluna FLÁVIA:

    Hoje, a atuação em sala de aula ainda está sendo realizado por diversos profissionais que obtiveram apenas o ensino do magistério, pela falta de educadores de níveis acadêmicos. Os que se formam buscam os campos da orientacao, supervisao, direcao. Atuar em sala de aula requer preparo, processo contínuo de qualificação e formação continuada. Muitos deixam de fazer por falta de tempo, falta de compromisso e até dificuldades financeira. Nesse caso, não é a avaliaçào que se torna urgente e sim investimentos nos professores em atuação.

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