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Para Cicillini e Cunha (1991), assistiu-se nas últimas décadas à democratização do ensino, como resultado das lutas dos trabalhadores, que, apesar de garantirem a entrada de seus filhos na escola, não conseguiram ainda garantir sua permanência. A diversidade intelectual e social dos novos alunos pegou as escolas e os professores de surpresa. Não estávamos preparados para receber o novo contingente de alunos. Um aumento proporcional de investimentos e uma nova prática educativa não aconteceram, condenando a democratização do ensino apenas ao aumento de matrículas. Precisamos assim reformular a finalidade da educação, a posicionando em relação às reais necessidades de nossa sociedade. Além disso, para estes autores, pensar um currículo que vise à transformação social significa pensá-lo numa dimensão mais ampla. De nada adianta alterar conteúdos, aumentar carga horária, equipar laboratório, fazer reciclagem ou utilizar novas metodologias sem uma reflexão mais ampla sobre o ensino. O “o que” e o “como” ensinar são questões diretamente vinculadas ao “para quem”, “para que” e “onde se ensina”. Nesse contexto, não podemos separar os conteúdos programáticos das características históricas e sociais em que se efetivará a proposta.